Lomyne's in tha house

Já não sou mais tão jovem para ter tantas certezas.

Tapas por números

Independente dos comerciais horrorosos que o SBT colocou no ar durante a saída da Ana Paula Padrão da Globo, acho que esta mudança vem bem a calhar. Há cinco anos, o SBT não tinha nem editor de jornalismo (fonte: O DIA Online) e uma boa parte de seu jornalismo – SBT Notícias Breves – é apresentado por duas atrizes que não sabem falar, não têm boa figurinista e menos ainda cabelo e maquiagem adequados para o tipo de programa que apresetam, o que acaba com qualquer chance de credibilidade. No único jornal da casa, Jornal do SBT, o horário já não ajuda e o formato vai mal, segundo eles a prioridade é explorar assuntos inéditos nas áreas de saúde, ciência e tecnologia. Ana Paula está à caça de jornalistas capacitados, vai quadruplicar o número de jornalistas e seu telejornal vai ser exibido no horário nobre. Isso quer dizer que a briga de cachorro grande vai começar, o SBT está tirando a focinheira do seu jornalismo.

Mas há mais emissoras se estapeando em busca da sonhada derrubada da TV Globo. Na guerra dos domingos, o Pânico na TV come pontos cada vez maiores a cada semana, ultrapassando a audiência do Gugu em 3 pontos só na Grande São Paulo (audiência instantânea – fonte: IstoÉ), graças ao seu estilo que tempera o formato do Casseta e Planeta com a irreverência dos bons tempos de Faustão e o escracho que é a cara da RedeTV!, um humor que andava fazendo muita falta na televisão brasileira. É bom ver alguém mudando a estrutura da programação de domingo (programa de auditório e revista eletrônica, a la Fantástico) com um formato tão inusitado.

Na guerrinha dos números diários, a Record é quem acertou em cheio. Atacou de novela no horário mais fraco da Vênus Platinada, 19h. Começou com um remake de Escrava Isaura quase bom e para ter certeza que iria comer a audiência desejada, na segunda novela tratou de se utilizar de três dos maiores romances clássicos brasileiros: Senhora, Diva e Lucíola. E vai bem, acreditem.

Pode até ser que as pessoas nem notem, pode até ser que eu seja apenas mais uma repetidora de blá-blá-blá, mas é muito bom ver que as proporções de audiência de cada canal no Brasil não tem seus números engessados, porque é disso que vivem um número bem generoso de jornalistas, publicitários, designers, maquiadores, escritores, enfim. E não sou a favor do monopólio, acho que ninguém é. Mas não é querendo escarafunchar financiamentos do BNDES para a Globo que se ganha dela. É produzindo coisa melhor, criando opção para quem segura o controle remoto.

Assim quem sabe um dia seja possível acreditar numa televisão aberta de qualidade.


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