Ontem saí com alguns amigos, o rumo era uma danceteria. A gente foi lá já faz um tempinho, é banda show, dançamos a noite inteira, me disseram. Levando-se em conta que meu gosto musical empata com o deles, beleza, vamos lá.
Depois de umas três voltas para acertar a rua, entramos. Primeira impressão: sabe aquele lugar que sua tia cinquentona adoraria? Pois é, lá mesmo. O salão repleto de mesas, com exceção de uma pista de dança, onde uma turma dançava aos pares, baile mesmo, programa de tiozão. Realmente, ninguém mentiu pra mim, tinha uma banda no palco, quatro ou cinco cantores se revezando. Mas o foda era o que tocavam: sertanejo-romântico. Sinceramente, eu gosto desse tipo de música, só que não era bem a minha idéia praquela noite. Por essa, eu não esperava.
A banda faz uma pausa e um dj assume as pick-ups. Aí eu quase não acreditei no que começou a tocar. Dance (dénce)! Não o que a gente conhece hoje como música eletrônica, dance de raiz mesmo, aquele negócio que se ouvia em 1994, lembra? Eu nem sabia que ainda se tocava isso, menos ainda sabia que existem dances novos! Por essa eu não esperava também.
Resolvi que ia comprar algo para beber, avisei que ia no bar e o que eu descubro? Que aquele lugar não tem bar! Só pedindo pro garçom, que por sinal é meio difícil de encontrar e para comprar algo é preciso parar na porta do banheiro masculino, ao lado da cozinha. E fique paradinho, se não o cara te perde e você perde a bebida. Só para constar, é pegou-pagou, nem sonhe em usar um cartão de crédito ou débito lá dentro. Por essa, então, eu não esperava.
Volto pra pista, entrego as bebidas, acendo um cigarro e… um segurança me pega pelo braço, senhora, é proibido fumar na pista de dança. Como eu sou uma dama, saí da pista para fumar. Mas peraí, não pode fumar só naquele pedaço que não tem mesa? Perto das mesas pode? Bizzaro! Por essa eu não esperava mesmo.
Enfim, dançamos mais um tanto, com nossas coreografias que seguem literalmente a letra das músicas (cena impagável, tenham certeza) e depois de dance, axé music e funk, a banda voltou. Como reflexo, aqueles a galera mais nova saiu da pista e os tios voltaram a ocupar o salão. Nós, um grupo de cinco pessoas, continuamos em nossa rodinha, dançando literalmente conforme a letra das músicas e os casais rodopiando à nossa volta (me enchendo de cotoveladas nas costas, diga-se de passagem). Mas tem tudo são flores, não mesmo. Outro segurança se aproxima e faz o melhor comentário da noite a um amigo: por favor, saiam da pista de dança, vocês estão atrapalhando. Não dava pra acreditar naquilo, a gente não podia dançar do nosso jeito! Por essa definitivamente eu não esperava.
Saímos da pista, do lugar e fomos pro bom e velho Largo da Ordem, o reduto boêmio da cidade. Mas o papo por lá acabou se resumindo em superar nosso trauma de sermos expulsos de uma boate B, um lugar totalmente inacreditável. Pelo menos, conseguimos fazer piadas aos montes com isso. Aliás, acho que faremos piada com isso por meses… Sugestão: se vier a Curitiba, não vá lá.
p.s.: amanhã eu vou ter tempo de visitar blogs, juro! Até lá, por favor, não me briguem.
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