Lomyne's in tha house

Já não sou mais tão jovem para ter tantas certezas.

Crises, eu acho…

Meu primeiro beijo, meu primeiro amor. Ele foi aquele sonho cor-de-rosa que toda menina-moça tem e, acreditem, eu fui uma adolescente bem normal. Como todo primeiro amor que se preza, eu o perdi pela minha criancice para uma moça da idade dele. Isso foi há seis anos, quando eu ainda morava em Curitiba. Ele era bem mais velho, estava longe de ser bonito e era gago. Bem que dizem que o amor é cego…

De repente, no meio de um turbilhão de probleminhas, a notícia chega em uma folha dura, dentro de um envelope com uma letra linda por fora. O convite de casamento enviado para o meu irmão. Um soco no estômago, era o que deveria ser, mas o efeito foi bem diferente e superável: não doeu, só rolou uma sensação de vazio. Pra ser bem precisa, sensação de pote de ácido vazio, a certeza de uma finitude. “Acabou” do verbo “não volta mais mesmo” e me encheu de lembranças sobre quem eu era há anos atrás.

Uma pessoa em suspensão, essa é a impressão que tenho daquele tempo. Paloma em modo stand by, sempre atrás do cochia, lugar do palco que sempre amei com a convicção de uma freira. Olhar para a adolescência é estranho. Ver aqueles projetos todos que eu tinha para realizar a curto prazo, coisas que hoje em dia já deveriam ser concretas.

Na auto-análise, eu não sei se me tornei alguém que valha a pena. O que vejo no espelho é que sou qualquer coisa compreendida entre o que sonhei ser e tudo aquilo que sempre desprezei em alguém. Um meio termo, algo que com toda a certeza é pouco pra mim mesma. Agora eu pergunto: o que você vê quando olha no espelho? Se parece com o projeto que você tinha para quando chegasse na sua idade atual?


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