Aprendi, há muito tempo atrás e a duras penas, que amar alguém mais do que este alguém nos ama é a maior complicação possível em um relacionamento. Foi assim que entendi os dois relacionamentos da minha vida que quase me enlouqueceram, eu os amei muito mais do que eles a mim. E sei o quanto dói amar demais.
A merda toda é que eu nunca tinha estado do outro lado. O lado de amar tão menos do que nos amam. De fora, sempre me pareceu simples aquela posição em que nosso coração consegue se manter quieto diante de um grande amor que alguém nos dedica.
Eu não estava preparada para isso. Para ‘ver’ um homem incrível chorando ao telefone, destruir as ilusões de alguém, atropelar um sentimento lindo, puro e perfeito. Sabem de uma coisa? Este lado da moeda também dói. Não é nem de perto o conforto que pensei que seria. Frear o amor de alguém justamente por gostar desse alguém o suficiente para se preocupar com o futuro de seus sentimentos e não querer que este alguém se engane, mas ainda assim não o suficiente para permanecer do seu lado.
Amar demais dói. E a partir de hoje eu sei que amar de menos também dói. E eu só queria que não doesse. Magoar alguém dói. Ainda mais quando não quero magoar, só quero evitar um desastre maior. Porque a julgar pela atual conjuntura, não consigo pensar em mágoa pior nem em desastre maior do que o que causei hoje. E essa sensação pesa para caralho.
Update: acabei de entender porque, nas duas vezes em que fui quem mais amou aqueles homens nada me disseram: porque dizer o que eu disse hoje dói tanto quanto ouvir. Demora mais para entender quando não se ouve, mas não entender é mais fácil do que ouvir e é bem mais fácil do que dizer. Pelo menos, espero que leve menos tempo para sarar.
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