O Conar (Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária) é para a publicidade o que o irmão mais velho é para um adolescente. Explicando: o irmão mais velho dá conselho, mas não faz nada. A não ser que o adolescente faça uma merda muito grande, aí ele vai lá e conta para os pais (no caso, o Procon ou algum outro órgão semelhante).
E ontem lá foi o irmão mais velho fazer fofoca com a propaganda da C&A do dia dos namorados, porque alguém considerou aquela história de papai-mamãe não ofensiva. O Conar recomendou a retirada da campanha do ar, por ser abusiva e erótica e o Procon já anunciou que vai multar a empresa com valor entre R$ 500 mil e 5 milhões.
Eu consigo pensar em muitas piadas infames sobre o assunto, por exemplo “ofensiva para quem não sabe nada além de papai-mamãe”, ou algo como “realmente, o que tem de mulher querendo que lhe abusem” ou ainda “lógico que é muito erótica, todo mundo passa o tempo todo sonhando com papai-mamãe”. Ora, quanta balela. Tem criança de 11 anos com mais maldade na cabeça do que eu – e olha que isso não é pouco!
Acho pura hipocrisia esse discurso contra uma propaganda de roupas com jovens dançando com pouco contato físico, principalmente quando são as mães que vão pras lojas e compram roupas com as quais as filhas parecem anãs se insinuando e as educam para amadurecerem mais cedo. Talvez fosse bom um pouco de regulamentação publicitária para mães biscates. Acho que seria mais eficiente do que tirar do ar a propaganda da C&A.
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