– Você é católica? – me pergunta um cliente no bar.
– Não.
– Ué, então porque você usa uma cruz no seu pescoço?
– Porque a cruz representa a vitória da palavra sobre a espada.
– Ahn?
– Assim: uma espada invertida representa trégua, o momento em que a luta dá lugar à palavra e esta sempre é mais poderosa. – expliquei.
– Ah, tá. Não sabia disso. Eu tenho um grande crucifixo tatuado, porque sou católico, muito religioso. A senhora conhece Jesus? Ele se sacrificou para salvar todos nós…
– Não, ele não é do meu tempo. E crucifixo é uma coisa, cruz é outra. Essa aqui é de prata pura, com cristais, rubis e ametistas, tudo consagrado. Mas eu não posso ficar papeando para lhe explicar a magia de cada uma dessas pedras, com licença.
E saí fora. Eu sempre respondo meio seca sobre religião, porque se não a conversa acaba engrossando. Porque vira e mexe alguém acha que minha alma precisa ser salva? E mais ainda, porque existem pessoas que acham que o único jeito de se salvar é através de Jesus? Alo-ou, eu fiz outra escolha! E essa outra escolha me faz completa, constante e feliz. Sinceramente, com todo o respeito a pessoas cristãs (sejam católicos, evangélicos ou mormons), será que não dava para perguntar se eu tenho uma religião e estou feliz com ela, antes de querer me catequisar?
Só pra constar: eu tenho uma religião e estou muito feliz com ela. E de catolicismo me basta respeitar os valores sociais e morais ali bem ensinados. Já dizem por aí que não se discute política, futebol e religião. Mas tem taaaaaanta gente que não sabe disso… Falou num desses assuntos comigo? Pediu pra escutar, no mínimo, uma engrossadinha básica como essa aí em cima. E acreditem, foi uma engrossadinha básica. Quando eu engrosso de verdade, sai de baixo.
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