Eis que a granja multinacional decidiu que não adiantava mais trabalhar com marketing sobre peito de frango desossado, afinal, existe toda uma gama de animais que nascem do ovo. A idéia era explorar todas as possibilidades, fazer uma ação inovadora, centrada no ovo. Fez-se uma reunião interdepartamental, de auxiliares de marketing ao presidente da empresa para bolar a estratégia sensacional. Não havia como falhar, um leque de opções destes certamente seduziria o cliente a comprar mais e mais e mais. E a melhor parte, a ação foi programada para três mercados, com uma penetração impressionante. Seria o mais novo caso de sucesso da empresa.
Três reuniões e dois dias depois, a pobre coitada designer recebe a solicitação, texto perfeito e aprovado por todos os níveis gerenciais. Prepara um layout adequado para três mercados, respeitando suas semelhanças e diferenças. O resultado ficou sensacional, exclamava aos quatro ventos: “OLHEM O OVO!” Mas houve uma idéia diferenciada, brilhantemente bolada pela supervisão, solicitando mais detalhes. Deveríamos dizer “Olhem o ovo, dele se pode fazer ovos fritos, bolos, desossar e cozinhar ou ter o galo vivo como despertador!” E lá foi a designer colocar tuuuuudo isso bem nítido na campanha. Deixou tudo pronto, preparou aquela ação sensacional (como cabia no briefing) e na hora de colocar os links, eis que a inovação chega ao seu auge de resultado: vem o memorando para avisar que de tudo aquilo que vem do ovo, a única coisa que vendemos é a galinha, congelada e desossada, dali é que o cliente decide o que fazer.
Aí fica aquela pobre designer, depois de readequar a linguagem quatro vezes a se perguntar: se só vai vender o frango desossado, para que falar do ovo, hein?
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