Lomyne's in tha house

Já não sou mais tão jovem para ter tantas certezas.

Meu sequestro relâmpago

Era tarde de sexta-feira, usei meu horário de almoço para fazer as unhas. Toca meu celular, meu tio aos berros pergunta onde eu estou. Respondida a pergunta, ele me explica que ligaram para minha avó, alegando que tinham me sequestrado, pedindo dez mil reais de resgate. Segundo ele, uma mulher gritava pela mãe aos prantos e os supostos sequestradores estavam em posse do meu celular e de minhas coisas.

Não vou entrar nos méritos de quão falhos eles foram e que minha avó devia ter se ligado, porque de fato não a chamo de mãe; além do que, obviamente não daria a um sequestrador o telefone de uma senhora de oitenta anos sozinha em casa.

É ultrajante saber que acontece com a gente. Eu nunca dou meu telefone de casa, poucas pessoas o tem e costumo tomar todos os cuidados para evitar problemas assim. Mas um dia um filho da puta liga pra sua casa e deixa sua avó bamba das pernas, nervosa, ela ainda estava chorosa quando cheguei do trabalho à noite. Se eu pego o maldito, nem sem o que faço. Não é fácil digerir esse absurdo.

Raramente saio dizendo por aí, mas em dias como esses é inevitável falar o que sempre penso: que temos uma polícia omissa, um estado corrupto e que bandido bom é bandido morto. Porque prender não adianta bosta nenhuma, já que no Brasil penitenciária é hotel, onde tendo dinheiro a hospedagem é cinco estrelas e mais cedo ou mais tarde os caras estão na rua de novo, fazendo as mesmas coisas de sempre, sequer pararam enquanto estavam presos.

E que ninguém se atreva a vir defender, dizendo que eu sou radical e não deveria falar assim. Porque até onde eu saiba, há muito mais bandidos soltos do que inocentes presos.


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Comentários

8 respostas para “Meu sequestro relâmpago”

  1. Avatar de Paula

    Nunca aconteceu comigo, mas aconteceu com um tio que tem a idade da sua avó. A sorte é que ele ficou muito calmo e não contou para a minha tia.

    Eu sempre achei que a munição é mais barata que a hospedagem de malandro na cadeia. E nem adianta me recriminar, já fui assaltada diversas vezes, tive carro roubado, som de carro roubado. Sou extremante a favor da tolerância zero.

    Espero que sua avó esteja bem.

    beijos, flor

  2. Avatar de Marcelo

    Só sou contra a pena capital por um motivo bem mazoquista: sofre pouco. A aqueles que fazem o mal ao próximo deveriam-se aplicar torturas programadas por longos peridos e bem doloridas.

    Iria ser bem divertido também 🙂

  3. Avatar de Enxaqueca

    Putz… pessoas muito sem noção mesmo… Mas que bom que tudo não passou de um susto e que sua avó está bem!

  4. Avatar de Marcelo

    E o pior é que isso cai de moda em um lugar e vira moda em outro. Aqui no Rio teve época que era uma febre. Os caras ligam de dentro dos presídios mesmo, nem saem de lá para cometer o crime.

    Putz
    Abs

  5. Avatar de Andarilho

    O ruim é quando pegam uma pessoa de idade, mais inocente, sozinha. Aí os fdp fazem a festa.

  6. Avatar de Evandro Varella

    Já passamos por essa fase aqui em BH também… mas daqui a pouco arrumam outra moda.
    Espero que sua vovó esteja bem.
    Abração

  7. Avatar de MadaFoka

    São uns putos!
    E é bem com pessoas de mais idade que o golpe costuma dar certo.
    Ja ligaram 2 vezes pra mim.
    Na primeira,a secretaria e minha ex-esposa, acreditaram e se apavoraram.
    Quando me passaram a ligação e eu ouvi aquele sotaque carioca dizendo: exxtamuxx com a Vera" , nem deixei falar mais nada. Mandei tomar no cu!E desliguei.
    Tive que aguentar um montes de acusações de que sou um louco, que era a voz da minha filha ao fundo, que tinham certeza.
    Só se acalmaram quando liguei no celular dela, e ela estava na aula…
    Na segunda vez, nem deixei terminar a frase.
    Bando de FDP!
    E fazem isso de dentro da cadeia!!
    Como vc disse: cadeia é hotel. E custa caro. E nós é que pagamos.

    Bj

  8. […] do trecho meu que ela copiou, dar a esta moça 15 minutos de fama nesse blog que ela tanto ama. Deste post:Meu sequestro relâmpago (…) Não vou entrar nos méritos de quão falhos e primários eles […]

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