Lomyne's in tha house

Já não sou mais tão jovem para ter tantas certezas.

Escrever bem não tem mistério

Um bom texto envolve, essencialmente, quatro fatores: informação, habilidade, adequação e estilo.

Informação é conhecimento do assunto sobre o qual alguém vai escrever. Não saber do que está falando é um pecado mortal que quase sempre é descoberto pelos leitores. Enquanto alguns são discretos e mandam um e-mail avisando, outros tendem a transformar sua pequena falha em um espetáculo público que sempre causa algum dano ao autor.

A habilidade para escrever diz respeito às normas corretas, incluindo todas as aulas de português que assistimos na vida. Todo idioma tem uma norma culta, seguí-la é um ótimo começo. Na dúvida, recorrer ao dicionário não é nenhuma vergonha. É para isso que ele existe, diga-se de passagem.

Já bem dizia meu pai, quando um técnico vai falar com um bando de burros ele leva um burro como técnico. Sem querer ofender ninguém, é só uma questão de escrever de uma forma que as pessoas entendam. Via de regra, a gente não diz “daê, beleza, cara?” pro diretor da empresa. Também não dizemos “desculpe incomodá-lo, senhor, poderia me alcançar o saleiro, por favor” a um amigo em um barzinho. O bom senso é uma solução mágica nesse aspecto.

Por fim, o estilo. Talento para escrever é algo natural e é como o Highlander: só pode haver um. Claro que o estilo tende a evoluir, mas tentar mudá-lo radicalmente pode resultar em textos totalmente confusos. Identidade textual causa uma impressão melhor do que o talento de copiar o Arnaldo Jabor.

Saiba do que está falando, escreva corretamente, de forma que as pessoas entendam e do seu jeito. Essa não é a receita mágica do sucesso, é apenas a condição mínima para conseguir um texto decente.


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