Eu não sei quando foi que começou, não exatamente. Um dia eu acordei e me dei conta de que ser nerd tá na moda.
Quando eu era criança, nossa, como era feio uma menina que lia Marvel. Na adolescência, meus livros e meus óculos não eram top of mind. No curso técnico de processamento de dados, minha paixão pela lógica era incompreendida.
Então veio a faculdade, o trampo de webdesigner, o primeiro blog e eu me achei. Trabalhei com o Reaper, tomei cerveja com John Constantine e conheci The Preacher. De peixe fora d’água, passei a me sentir em um aquário, cheio de outros peixes perdidos. A internet virou esse meu aquário.
Passou o tempo, passaram as cidades e os empregos, embora eu continue trabalhando com web. Agora muitos batem no peito para dizer “eu sou nerd”, calçando seus all stars caros – obrigada aos emos por encarecerem este item básico.
Alguns destes nerds realmente saíram pra conquistar o mundo e agora controlam tudo, já que hoje somos todos dependentes da tecnologia. Mas outros tantos não passam de pombos enxadristas que hoje são tão nerds quanto já foram pagodeiros ou jogadores de vôlei.
Chegamos ao ponto em que fizeram uma música sobre nerds. Se o objetivo era incentivar o Orgulho Nerd e a paquera da mulherada, o tiro saiu pela culatra. A letra sacaneia os bonitões/gostosões e os nerds ao mesmo tempo. Se bem que eu acho que a ideia era sacanear todo mundo mesmo.
Quanto a mim, não sei se é justo dizer que sou nerd. Sou tão socialmente inadequada que não devo caber nesse rótulo. Não estou atacando ou defendendo ninguém, só comentando o que vejo. Se você se ofendeu com alguma coisa, aguardo ansiosamente seu comentário, caro pombo enxadrista.
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