A anarquia realmente é uma ideologia maravilhosa e sedutora, embora eu não acredite na sua implementação como forma de organização social. Não acho que a anarquia consiga transpor alguns dos grandes defeitos humanos – ambição, inveja, soberba -, assim sendo não há forma de fazê-la funcionar sem uma pequena grande evolução da espécie. Existe um texto do John Moore, chamado “O Apelo da Anarquia”, que transcrevo abaixo. Ele retrata a anarquia como eu acredito que ela seja, como eu espero que um dia seja possível e como eu a cultuo, segundo a forma ritual ali descrita, sempre que meu instinto diz ser necessário. (P.L.U.R.)
Sempre que vocês precisarem de alguma coisa, uma vez por mês, durante a lua cheia, presenteiem-se com um lugar selvagem – uma floresta, uma praia – pois o estado de Natureza é uma comunidade de liberdade. Reconheçam a iminência da liberação total, e como um sinal da sua liberdade, fiquem nus em seus ritos.
Dancem e cantem, riam e brinquem, comam as frutas da terra, deliciem-se com o meu corpo, façam música e amor. Todos os atos de prazer são meus rituais. Eu sou aquela que vocês encontram na satisfação de seus desejos. Eliminem toda a autoridade, raiz ou coesão. Compartilhem tudo em comum e decidam através do consenso. Abalem os personagens e armaduras que os restringem. Deixem que as energias mais selvagens tomem conta de vocês.
Formem um círculo mágico, entrem no transe do êxtase, revelem-se na fonte de onde jorra todo o poder. Mas não cometam sacrifícios. Repudiem o sofrimento, a exploração e a humilhação. Prefiram venerar todas as criaturas e as respeitem como diferentes – e iguais – a vocês.
Então a transformação total se torna possível. Este ritual deve continuar até que eu, a Anarquia, me torne possível.
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