Lomyne's in tha house

Já não sou mais tão jovem para ter tantas certezas.

A Lenda

Estamos no ano de 2002. Sociedade globalizada, mundo capitalista, mulheres independentes. Mulheres que já queimaram soutien e aprenderam a reivindicar seus direitos. Até aí tudo bem. Só que ter mais direitos implica mais deveres, embora as doidas achassem que trabalhar era um direito e para a minha geração já é um dever.

Dá pra entender que elas preferiram ser iguais, ter as mesmas ressponsabilidades em vez de se restringirem a educar os filhos, cuidar da casa e ser paparicada, elas quiseram arrumar sarna pra se coçar. Apesar de eu preferir a coisa como no tempo da minha mãe, nada contra a tal atitude. Ou quase nada. O fato é que elas causaram o desaparecimento de um tipo de homem: o cavalheiro. Aquele cara que deixa você passar na frente, abre a porta do carro, puxa a cadeira da mesa, paga a conta e deixa você escolher tudo. Enfim, o cara que te trata como uma rainha. A independência e a liberdade que as mulheres buscaram – e conseguiram – transformaram esse tipo de homem em uma figura desnecessária, condenada a desaparecer.

Bom, eu fui educada à moda antiga, pra ser dona de casa, coisa e tal. É lógico que acredito na existência do cavalheiro. Mas confesso que me deparar com um desses caras é absolutamente inesperado. E encantador. Cada vez que conheço ou reencontro um deles, acredito mais ainda na necessidade de pessoas assim hoje em dia. A estes homens, a minha sincera homenagem e um pedido: ensinem os outros a serem assim, porque vocês são especiais demais para serem extintos e já são tão poucos…

Escrevi isso em abril de 2002, por um motivo muito especial e confesso que já tinha me acostumado há idéia de que levaria mais vinte anos para ter motivos para colocá-lo no ar novamente. Mas eis que em uma festa de formatura de uma amiga eu me deparo com a incrível quantidade de quatro destes nobres senhores (pasmem, quatro!), dos quais tive o prazer de cair nas graças e a quem considero companhias agradabelíssimas. E se já são fabulosos quando mantém uma certa distância, imagina quando chegam perto e nos provam que viver à moda antiga pode ser uma maravilha? Ai, ai…


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