Outro dia conheci uma garota legal. Bem na dela, assim como quem prefere assistir o mundo de camarote em vez de tentar embaralhar as coisas. Moça bacana, simples, sem frescura, sem neurose, o tipo de garota que se alguém me apresenta do nada, eu gosto na hora. E olha que quando eu a conheci ela estava meio peixe fora d’água, começando a conhecer minha turma de amigos. E uma tensão pairava no ar quando dei de cara com ela, a impressão que tive foi a de que todo mundo estava esperando eu chegar para ver no que ia dar. Ela estava lá, assumindo de volta uma posição que por um tempo foi minha, sendo re-namorada do meu ex-namorado, é claro que ela não sabe da missa a metade… E ela toda inocente, ela me fez perguntas que poderiam ser muito constrangedoras se ela soubesse, perguntas que criaram um certo climinha. Eu duvido que meu ex-namorado concorde, mas eu achei aquele dia divertidíssimo.

É bom ver que alguém que apesar de qualquer coisa ainda queremos bem (porque eu tenho o sério hábito de encerrar namoros, rolos e afins estando de bem com os carinhas de quem me separo) tem do seu lado alguém que vale a pena. Pelo menos a mulherada sempre reclama quando conhece a atual do ex, dizendo que ‘ninguém merece ser trocada por aquilo’ ou mesmo ‘meu deus, como ele decaiu’, eu confesso que também faço esse tipo de reclamação quase sempre, mas dessa vez não. Eu estou até orgulhosa de ver meu ex com uma garota legal; fica aquela sensação de que eu também sou uma superpessoa, só porque “empatei” com alguém que acho bacana. Quando alguém ocupa o seu lugar, é muito bom saber que é alguém à sua altura… Mas é bem estranho pensar nisso.