Nota: o post anterior trata do mesmo assunto deste. É bom que se leia os dois antes de me deixar comentário, ok? Porque este post é papinho heterossexual-homofóbico, o outro é papo de simpatizante e os dois JUNTOS é que formam a minha sincera opinião.

Durante anos, vi a Parada Gay na televisão, pela primeira vez eu vi como é por dentro. No sábado, vi uma amiga brigar com a mãe porque estava indo na Parada sem sua autorização, ela alegava: ‘mãe, você sempre disse para eu lutar pelos meus direitos, o evento de amanhã [no caso, domingo] é uma manifestação em busca de respeito de toda a sociedade, vou lá lutar pelas coisas em que acredito’. Isso me pareceu bacana demais, foi até o que me animou a ir. No primeiro dos trios elétricos, o presidente do Grupo Arco-íris discursava coisas fodas, pleiteava o direito de união civil homossexual e incentivava gritos de protesto do público. Diante deste discurso, me tranqüilizei mesmo, sabendo que não estava deslocada ali no meio daquele povo todo.

No entanto, conforme fomos andando para o meio da muvuca, a coisa começou a mudar de figura. O clima era de uma big rave, só que com um tempero bem GLS. Sendo bem sincera e meio grosseira, a impressão é a seguinte: é uma beijação que não acaba nunca, muita gente bêbada e/ou drogada, a boa e velha gaiola das loucas com seus travestis e outras tantas figuras indescritíveis. Nada contra, nada contra meeeeeeeesmo. Mas num cenário como este, permeado por quase 20 trios elétricos, onde via-se de tudo, tudo, não dá para querer ser respeitado.

Pelo menos eu acho que beijar todo mundo não é um jeito legal de exigir o direito de se casar. Caramba, o que eu vi lá é um afronte aos valores da sociedade – gostem ou não, pedir respeito significa que se importam com a maneira que a sociedade os considera, portanto, deveriam tentar se situar um pouco mais dentro do que esta sociedade acha necessário para conceder o direito de união civil. Esta manifestação pode ser uma festa linda, mas seguramente já perdeu seu poder de argumentação e seu objetivo como passeata, como forma de pleitear qualquer coisa. Na verdade, acho que o que vi lá serve muito mais para criar uma aura de pouco valor em torno dos Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros do que para defendê-los. Porque pelo que eu sei chocar a sociedade nunca serviu para conquistar nada.