Há quatro anos, usei meu primeiro potinho de tinta vermelha. Quatro anos em que os cachos vermelhos foram minha marca registrada. Cabelos coloridos meio em nome de um sonho de infância, meio em nome de uma ideologia de mocinha rebelde. E essa segunda metade é o que me leva a escrever este post. Porque já não sou mais tão mocinha (é, né? fazer o quê?) e porque acabei admitindo pra mim mesma que não sou rebelde. Na verdade, nunca fui. Mesmo sendo uma defensora leal de valores diferentes da maioria, eu nunca foi realmente rebelde. Mas meus cabelos vermelhos sempre foram uma das minhas ferramentas para chocar a sociedade, uma insígnia de que sou diferente. Só que agora mudei de política. Com o passar do tempo, me tornei mais branda, mais mansa – ou quase. Com o tempo, caiu a ficha de que só é possível mudar a sociedade fazendo parte dela, não se considerando à margem. Mas ainda restava o amor à minha ruivez. Hoje, depois de umas horas no salão, meu cabelo voltou a ter a cor natural: castanho escuro. E o mundo continua a mesma coisa, mas me divirto com meus moinhos de vento.
O dia em que deixei de ser ruiva
Escritos de outros dias
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