Eu sou uma fã do Custe o Que Custar, divido minhas noites de segunda-feira entre meus dois queridinhos: o RodaViva e o programa da Band, mas isso não quer dizer que concorde em número, gênero e grau com tudo que é dito nos dois programas. Se por um lado às vezes me deparo com o RodaViva tratando imbecis como se fossem gente séria, muitas vezes me pergunto se é justo tratar sempre como bobos os caras do CQC.
Eu considero humor o ingrediente mais básico da vida, não consigo imaginar passar sequer um dia sem dizer bobagens e fazer piadas – embora os amigos e colegas de trabalho às vezes achem que eu devia aliviar um pouco. Todo mundo pode dizer coisas sérias com humor, seriedade não é sinônimo de rabugice. E honestamente acho que fazer jornalismo com humor é uma boa forma de fazer com que mais pessoas ouçam/vejam. Entendo também que nem todo mundo tem meu senso de humor sórdido, para ser capaz de rir de qualquer coisa, inclusive de si mesmo.
O que eu não entendo é como chegamos ao ponto de dois repórteres do CQC terem sido agredidos fisicamente na mesma semana, enquanto trabalhavam em ambientes nos quais deveriam ser respeitados. Danilo Gentili foi derrubado por seguranças do Sarney em uma tentativa de entrevistar o senador (aqui). Felipe Andreoli foi agredido na porta do estádio do Internacional pouco antes da final da Copa do Brasil (aqui).
Eu sei que hoje à noite o pessoal do CQC fai fazer piada e levar de boa este tipo de coisa, como já deram a entender nas notícias. O que eu não sei é se é justo agredir aqueles que vivem de humor, porque eu creio que bom-humor é coisa muito séria. A não ser que todo mundo resolva virar um bando de bobo pau no cu que só sabe rabugentar e disso eu passo a vez.
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