Lomyne's in tha house

Já não sou mais tão jovem para ter tantas certezas.

Manifesto pelo direito de não comentar

Entre as muitas “linhas editoriais” de blog, me interesso pouquíssimo pelos diarinhos e minha favorita é a que eu escrevo – acabo definindo como um blog reativo. Considero que o melhor recurso da blogosfera é deixar que qualquer um seja um pequeno Arnaldo Jabor, mesmo que muitos sejam meros agitadores de mesa de bar – como eu. Peço licença aos blogueiros ficcionais que matam a pau quando colocam seu teclado à serviço da imaginação, ficção é uma categoria à parte. Um tesão de categoria, diga-se de passagem, mas muito mais sujeita ao gusto do leitor.

Para ser reativo, é preciso estar informado. É fácil colar no blog um vídeo pronto, é fácil contar uma historinha de trabalho ou debochar de uma notícia, é fácil publicar piadas recebidas por e-mail. Fácil pra caralho. Foda é produzir conteúdo, colocar a sua opinião, baseada em pelo menos três fontes de informação. Exige tempo e dedicação. É preciso entender a relevância de cada assunto antes de escrever e ainda assim reavaliar antes de publicar.

Por outro lado, blog é um negócio totalmente pessoal, o blogueiro define relevância. E é aí que mora o problema. Eu defino o que eu quero escrever aqui, eu escolho o assunto e o tom do comentário. Só que socialmente, tem uma galera disposta a julgar. E a minha opinião sobre um monte de assuntos é controversa, por isso em diversos momentos eu decido não opinar.

Eu exijo meu direito de não falar do caso da UNIBAN, apesar de achar que o vídeo do Cardoso matou a pau. Eu exijo meu direito de me calar sobre o novo apagão, por preguiça de falar mal do Lula e ter que aturar os defensores do nosso medíocre presidente. Eu exijo meu direito de não falar do novo orkut, porque já tenho e não achei grandescoisa. Eu exijo meu direito de não ter que explicar minhas piadas de mau gosto, por pior que elas sejam. Eu exijo meu direito de ser uma blogueira livre da polícia moral. Eu exijo meu direito de escrever palavrões no meu blog. Eu exijo meu direito de ser quem eu sou sem ter que ficar avisando.

Eu só exijo tudo isso porque acabo vendo um monte de gente na web querendo a democracia, a popularidade, o politicamente correto. E como eu aviso ali ao lado, este blog é uma ditadura, em que valorizo meus poucos leitores e escrevo minha opinião, seja ela qual for, quando me dá vontade. Não existe pauta obrigatória, minha linha editorial é totalmente anarquista, mesmo que minha visão política seja de direita.


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Comentários

3 respostas para “Manifesto pelo direito de não comentar”

  1. Avatar de Andarilho

    Até que a sua ditadura é bem light. Nem bloquear os comentários antes da aprovação, vc bloqueia, hahaha.

  2. Avatar de Lomyne

    A melhor forma de fazer uma ditadura funcionar, meu caro Andarilho, é fazer o povo acreditar que está em uma democracia!

    Além do mais, se eu bloquear os comentários estou criando censura. Se eu deixar escrever e apagar ou responder depois, são meras ferramentas de manutenção da ordem e do progresso. Se isso não for ditadura, certamente é uma democracia totalmente hipócrita…

  3. Avatar de Dayane

    Clapt!Clapt!Clapt!Clapt!
    Palmas!Palmas!
    Eu tbm exijo tds esses direitos!Detessssto esses bloguinhos cults onde,vc bem descreveu,o pessoal fica se achando o Arnaldo Jabour e dando suas miseras opinioes rebuscadamente influenciadas pela midia.
    O blog é nosso,e a gente fl do que quiser e do jeito que quiser,PORR%!
    Tv com saudade de vc ,Lomyne ^^
    !

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