Eu cago e ando para a morte da Eliza Samudio. Cago tanto que tive que procurar no Google a grafia correta do nome. Também cago e ando para a morte do filho da Cissa Guimarães, o tal de Rafael Mascarenhas (também precisei procurar o nome dele). Liguei o foda-se para essas mortes por uma questão de coerência.
Eliza Samudio teve um filho com o goleiro do Flamengo, que desconfia da paternidade e tem um capataz para cuidar das maria-chuteiras e das contas. Ela está morta e o goleiro é suspeito. Há dias, toda a mídia só fala nisso. Pois foda-se.
Rafael Mascarenhas morreu atropelado na madrugada de hoje enquanto andava de skate na faixa interditada de um túnel no Rio de Janeiro. O suspeito digiria um Siena preto e já está preso. Mesmo se não tivesse, grandes bosta.
Eu cago para esses dois casos primeiro porque é meu direito, segundo porque eu realmente não consigo entender a relevância. Dois jovens mortos, como tantos outros. A única razão para termos uma sociedade cho-ca-da e preocupadíssima com tudo isso é que nestes dois casos há celebridades envolvidas.
Se o goleiro do Flamengo não estivesse envolvido com a maria-chuteira nem fosse suspeito, a gente nem saberia de porra de crime nenhum, seria só mais uma mulher morta/desaparecida numa nota de rodapé. Se o garoto atropelado fosse do morro em vez de filho da Cissa Guimarães, no máximo teria uma mãe chorando ao lado de um corpo.
Mulheres assassinadas no Brasil são meras estatísticas com que ninguém se importa, assim como garotos atropelados no Rio de Janeiro. Segundo o instituto Sangari, uma mulher é assassinada a cada duas horas no Brasil. Faz as contas, quantas já morreram depois de Eliza Samudio? E com quantas você se importou?
Isso me faz pensar que a revista Caras deveria ter uma sessão policial, ia vender ainda mais. Bando de hipócritas.
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