Saiu hoje cedo a notícia: Globo lança rede social baseada na obra de Monteiro Lobato (aqui). A proposta é uma rede de jogos que pode ser 100% monitorada pelos pais, com conteúdo pedagógico e enriquecedor: jogos, trechos de obras de Monteiro Lobato, chats com frases pré-definidas, para não haver riscos.
Eu não vejo nada de bom nisso.
Para começo de conversa, porque quando comecei a rascunhar este post quis colocar uma frase que estava na notícia original e… ué, cadê? Tiraram o discurso de que é muito educativo, que nunca se viu tanta preocupação com a escola em algo fora da escola. Texto editado, fica só a minha palavra de que isso estava escrito, eu espero que vocês acreditem.
Pessoalmente, não boto fé nessa bondade toda. Eu sou publicitária, trabalho com mídia. E se tem algo que eu posso dizer com plena segurança é que não se deve confiar na mídia. Pode parecer um paradoxo, mas se você pensar bem, vai ver que faz muito sentido eu dizer que não confio em algo com que convivo diariamente há mais de 10 anos.
Outra coisa a ser considerada é porque estamos incentivando crianças a utilizarem redes sociais. Estamos criando um número infinito de escravos de telas. Crianças enclausuradas em casas, com pais ausentes, viciadas em TV a cabo e internet. Aqui a gente chama de piá pançudo de prédio. Minha prima de 11 anos tem Twitter e eu ainda não lido muito bem com isso, e olha que ela tem uma vida ultra ativa, ou seja, um Twitter pouco utilizado.
Pra mim, computador e internet são ferramentas de trabalho, minha infância foi cheia de brincadeiras, brinquedos e jogos. Com contato real. E se mesmo hoje estou conectada 24/7 (trabalho, casa, celular), meus jogos e redes sociais se restringem aos momentos em que eu NÃO estou com pessoas.
Porque incentivamos crianças a enfiar suas caras diante do computador? Se é pra conhecer Monteiro Lobato, sugiro algo revolucionário: ler.
p.s.: Obrigada, Samways, pela notícia.
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