Ainda outro dia, comprei um livro. Porque marquei um encontro na porta de uma livraria e lá fiquei olhando as opções. E não há como resistir ao se deparar com os contos completos da Virgínia Woolf. Depois em casa, deu até gosto de ver os olhos verdes da minha prima brilhando diante da minha última aquisição… Logo veio o pedido de empréstimo, para quando eu acabar de ler e assim que ela me devolver meu Mundo de Sofia. E por falar nisso veio ela me contar uma pérola do professor de literatura do cursinho. Ele perguntou se a prima dela (no caso, eu) era nerd, simplesmente porque eu li O Mundo de Sofia quando eu tinha 13 anos. Pronto, lá foi-se Lomyne a bufar pela casa! Como é que pode um professor de literatura usar termos tão preconceituosos para definir alguém que gosta de ler? Ora caralhos, será que não é completamente anti-ético um professor dar um tom de ‘defeito’ ao hábito salutar da leitura?

Dizem que crianças e adolescentes lêem pouco, passam o tempo na frente da tv, videogames e coisas do gênero, mas no fundo acho que o preconceito é maior do que os fatos. Segundo a coluna do Zuenir Ventura, na bienal deste ano o número de jovens entre 15 e 24 anos pulou esse ano de 30% para 45% do total de visitantes (completa aqui), que o consumo aumentou entre esse público e eu vejo mesmo que isso é sério, que meus primos mais novos lêem mais do que meus colegas de faculdade. Um vício que deveria ser incentivado, pelo que me consta.

De onde vejo, parece muito feio criticar, mesmo em tom de brincadeira, aqueles que gostam de ler. Como se formar seres pensantes possa ser um problema, ou alguma coisa inadequada. Se bem que do jeito que andam as prioridades do mundo de hoje, ser inteligente parece ser uma coisa cada vez mais feia…