Eu não sou comum. Não que eu seja fabulosamente melhor do que a média das pessoas, pelo contrário. Eu sou inconvenientemente fora do que as pessoas esperam. Quase nunca me incomodo com isso, afinal é uma vida inteira não sendo aquilo que as pessoas esperam. Decepcionando alguns, surpreendendo outros, vamos vivendo.
De vez em quando, no entanto, eu passo dos limites. Porque minhas opiniões são fortes, então quando eu concordo com alguém sou daquelas pessoas que erguem a bandeira e defendem com unhas e dentes. Mas quando eu não concordo, eu defendo as minhas opiniões com a mesma gana. E isso pode gerar um problema, quase sempre um problema de relacionamento pessoal.
Eu sei que me falta traquejo social pra falar, eu sempre sou mais sincera e prática do que deveria, eu sei que as pessoas esperam um pouco mais de verniz – e acreditem, eu me esforço nesse sentido sempre que estou lidando com pessoas que conheço pouco. Só que com o tempo eu relaxo, começo a sentir que posso ficar à vontade e às vezes faço isso cedo demais. Então disparam os alarmes, mais uma vez eu passei dos limites.
Tudo isso me leva a uma série de perguntas importantes: por quê? Por que as pessoas aplaudem defesas fervorosas de suas ideias, mas não os debates? Por que não estamos prontos a ter nossas opiniões confrontadas? Sou eu que estou errada em valorizar tanto os elogios quanto as críticas? Será que eu deveria mesmo aprender a calar a minha boca e só dizer coisas boas? E será que se eu fizesse isso alguém ainda daria valor à minha opinião?
Afinal, por que dar valor à opinião de quem sempre te elogia? Será que você está sempre certo e mandando bem ou será que quem só faz elogios mente de vez em quando?
De qualquer forma, Lomyne, repita a si mesma: mais de leve da próxima vez, bem mais de leve.
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