Sempre tenho um livro na cabeceira da cama para ler antes de dormir, mas também costumo carregar para todo lado. Uma das poucas vantagens em não ter um carro é poder ler sempre que está indo a algum lugar.
No momento, na cabeceira da cama está Precisamos Falar sobre o Kevin, uma série de cartas que uma mãe resolve escrever para entender o ato do filho, a chacina de sete adolescentes e dois adultos. Destinadas ao ex-marido e pai do adolescente, as cartas relatam a história do Kevin desde antes do nascimento, com as discussões sobre ter um filho ou não.
Até a página 120 (onde estou), eu já quero socar a cara dessa mãe, não por culpá-la pelos atos do filho – como fazem as pessoas com quem ela se relaciona no livro -, mas porque é histérica, fria e mimada. No entanto, não consigo largar. A narrativa foi simplesmente me enredando, contando o dia-a-dia da mãe na época atual alternada com lembranças que seguem a cronologia desde o nascimento e eventuais comentários sobre as reações logo depois do crime do filho. Parece confuso, mas não é.
Muito bem escrito, sobre um tema difícil, o livro é simplesmente desconcertante. Não justifica o crime, mas expõe os valores sociais e o modelo de educação norte-americano de uma maneira que torna possível entender porque houveram Tiros em Columbine. Leia. Respire bem fundo antes, mas leia.
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