Começou assim meio como quem não quer nada, na MTV: 30 segundos de zumbido irritante com o texto ‘desligue a televisão e vá ler um livro’. Mais uma atuação motivada pela moda chamada responsabilidade social e/ou empresa cidadã. Fofo isso.
Daí veio o Governo Federal com a propaganda de que ‘a educação começa em casa, leia com seu filho’ e ‘a educação começa em casa, leve seu filho à biblioteca’. Sabe como é, Governo, conscientização, educação, divulgação (já repararam que essas palavras rimam com eleição? ah, tá…). E agora tem calhau1 para todo lado na Globo falando sobre os prazeres da leitura, cheio de grandes atores num clima bem novela das oito.
Ora, porra, primeiro que nenhum dos livros daqueles comerciais têm mais de 30 páginas, segundo que só de olhar para a cara da Cléo Pires a gente já sabe que ler para se tornar mais interessante não é um dos objetivos dela. A não ser que seja ler as obras da Glória Kalil. Nada contra, há mérito no fato de ela ensinar a ser chic, o que não quer dizer que seja a coisa primordial para se aprender. Talvez para gente como a Cléo Pires…
É que agora virou moda. Todo mundo tem que ser politicamente correto, incentivar a leitura porque é bonitinho o discurso, mas não é preciso cumprí-lo, se fosse as emissoras de televisão teriam programas que educam. Educar não dá audiência, isso a gente aprendeu faz tempo, por isso o telecurso passa de manhã cedo e não na hora da novela das sete. Além disso, eu não conheço mais de dez pessoas que assistam a TVE… Tudo isso porque a MTV começou com aquele zumbido.
1 calhau: comercial produzido pela própria emissora e veiculado quando sobra espaço no intervalo comercial, geralmente anúncios da própria programação ou então de responsabilidade social/educativos. p.ex.: comercial do futura passando na Globo.
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