Eu preciso conversar com alguém, urgentemente. Alguém que não vá me perguntar da minha família caótica, ou da minha monografia atrasada, muito menos da minha encrenca com o tal do namorado ou me perguntar porque eu deletei o Reticências. Também não quero falar de política, nem de televisão, nem de mim, nem do meu computador ferrado, nem da minha vontade de chorar. Não quero falar da falta de grana, dos gritos da minha mãe, da empregada incompetente ou da lâmpada queimada. Também não quero falar de saudades, não quero ter que pedir desculpas praqueles com que errei. Quero (e preciso) desligar minha mente, silenciar essa angústia que me devora por inteiro e me destrói aos poucos.
Preciso encomendar um ouvido alheio, para me fazer sorrir, me apaziguar, desamarrar minha garganta, alguém para falar tolices, tipo o fato de achar que o outro lado da lua é verde, questionar se nuvens tem gosto de algodão-doce ou de maria-mole, alguém que não queira entender porque estou assim, alguém que se dedique simplesmente a mudar meu estado.
Será que rola ou é preciso fazer uma encomenda à Deus? Ah, por favor sem piadinhas sobre ‘falar com deus’, eu realmente não sou alguém agradável hoje… E foda-se, eu não vou postar tudo o que planejei hoje de tarde, não estou no clima.
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