Lomyne's in tha house

Já não sou mais tão jovem para ter tantas certezas.

Várias notas

Uma seleção de coisas que penso e que isoladamente não valem post. Três delas possuem links para os artigos que me motivaram a escrevê-las.

Tiro no pé
Vocês já viram a nova propaganda do TRE-RJ voltada para os jovens, “fala sério, vota”? Para quem não é do Rio, vou explicar. É uma campanha e até agora já conta com três peças: a do garoto “lendo” revista de sacanagem no banheiro(1), a do pai que busca a filha no colégio(2) e a da empregada quebrando a guitarra do rockboy(3). Então me expliquem: sou só eu que noto ou é proposital a impressão de que você tem o direito de escolher, mas que nada vai mudar? Reparem: (1) a enfermeira diz o mesmo texto para o garoto, (2) continua o ‘mico’ do pai ir buscar a filha e (3) a guitarra é quebrada do mesmo jeito. Eu, na minha modesta opinião de publicitária recém-formada, fico querendo saber se ninguém notou isso, o que é uma batatada daquelas; ou se foi proposital e o responsável pela campanha não passa de um burro…

Colapso
Eu espero sinceramente que todas as minhas professoras de português e outras pessoas cultas que eu conheço não andem lendo ou assistindo jornal com freqüência, porque nossa língua mãe vai de mal a pior… Primeiro, alguém pode me dizer quem foi que colocou na moda dizer a torto e a direito coisas como a nível de, passa por, enquanto pessoa (ou enquanto cidadão, etc)? Segundo que se eu descobrir quem é o filho da puta que traduziu o future continuous eu encho ele de porrada; vocês já repararam que vira e mexe escutamos coisas como “estaremos enviando” e similares? Pois é, a coisa anda tão grave que o Ricardo Freire já até deu nome a este movimento, trata-se do gerundismo. Fofo, não?

Gays
E desde quando ser gay é pertencer a alguma categoria? Ei, cara pálida, que eu saiba, opção sexual não é o suficiente para identificar o grupo de uma pessoa. Aliás, esse conceito é meio absurdo, porque a lei brasileira permite e aceita que homosexuais gringos vivam por aqui. Se a nossa sociedade não aceita, aí é outra parada. Mas daí a querer que haja uma “consciência de classe” já é demais.

Blogs pops
Uma moça lançando um livro diz que blogs são o reflexo de um fenômeno chamado “espetacularização do eu” que existe porque as pessoas procuram “reconhecimento nos olhos dos outros”. E se for? Que mal há em se querer que alguém (ou alguéns) dê atenção às coisas que queremos dizer? Acho ótimo vivermos numa simbiose em que nos damos atenção reciprocamente. E ainda conseguimos desenvolver uma forma de relacionamento muito mais bacana do que muitos por aí. Ou alguém aí vai querer dizer que visita a casa de seus amigos “reais” tanto quanto (ou até mais) visita os blogs que estão na sua lista de favoritos?

Passou no Jornal Nacional…
No primeiro período da faculdade, meu professor de jornalismo disse que para o brasileiro, uma notícia só é verdade depois que passa no Jornal Nacional e eu acrescento que o povo pensa que se passou no Jornal Nacional com certeza é verdade. Eles são responsáveis por endossar a verdade de uma notícia e pelo poder de convencer qualquer um de como determinada coisa aconteceu. Perigoso isso, não? É famosa a frase de que a mídia é o quarto poder; aquele meu professor também dizia que ela é o maior poder, os outros três se submetem a ela… E meu professor de história do colégio sempre dizia que o indivíduo é inteligente, mas a massa é burra.


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