Lomyne's in tha house

Já não sou mais tão jovem para ter tantas certezas.

Cinema: Quarteto Fantástico

Essa semana fui na pré-estreia do reboot de Quarteto Fantástico, a chance da Fox de fazer dinheiro de verdade com um filme de super herói. Eu não tenho aqui a pretensão de fazer uma grande resenha, cheia de referências de certo e errado, até porque não sou desse tipo de nerd que acha que as telas de cinema deveriam seguir a “história original” do quadrinho. Fui purista por muito pouco tempo, o primeiro filme de X-men me doeu tanto que depois daquele ponto eu desapeguei. Então vamos a uma opinião descompromissada com os gibis.

Eu tenho uns preconceitos umas implicâncias com ator que faz o Reed Richards, o Miles Teller. Eu olho pra cara dele e já espero uma daquelas comédias idiotas de high school americana, sabe? Pois é. Além disso, acho que a Kate Mara (atriz que faz a Sue Storm) tem cara de resfriada, fico a todo momento achando que ela vai espirrar e não consigo prestar atenção no começo. O filme demora um pouco pra engrenar, mas apesar das minhas implicâncias, os atores foram bem escolhidos e “o cara a ser odiado” está excelente em seu papel (daqueles que fiquei contando os minutos pra ele morrer).

Se a Fox fabricou o mercado de filmes de super heróis, a Marvel é quem realmente sabe fazer esse estilo de filmes. Pra poder consertar os “crimes” dos filmes anteriores, a Fox rebootou os X-men e agora refaz O Quarteto Fantástico, tentando emplacar um GRANDE filme de super herói. E tá aí uma coisa que O Quarteto Fantástico não é: filme de super herói. Entendo que a ideia seja recomeçar toda a história, mas os personagens não são só jovens, são também de pouca empatia e altruísmo, aqueles
sentimentos maravilhosos que separam nós reles mortais daqueles grandes homens e mulheres.

No entanto, O Quarteto Fantástico é um bom filme de sci-fi. Todos os elementos de uma boa história de ficção científica estão lá: a ideia ousada, a construção da relação entre os personagens, todo o enredo de pesquisa e intrigas de laboratório, até a semente de um relacionamento. Nessa levada o filme vai bem, quem sabe é capaz de atender as exigências de muito “especialista nerd” por aí. Tão bem construído que várias vezes me questionei de que maneira Ben Grimm seria colocado entre aqueles gênios (pós) adolescentes.

Chega então o momento do grande confronto, o clímax do filme, quando a ação toma conta da história e o mundo precisa dos heróis. E aí o filme vai ladeira abaixo. As situações são mal explicadas, as motivações descontextualizadas e a grande batalha vira algo de solução fácil e rápida, bem de boa. Assim sem mais nem menos, usando quase nada de sua genialidade e de maneira simplista, o bem vence o mal, espanta o temporal e o governo dá tudo que a gente quer.

A coisa acabou ficando tão quebrada e forçada, que até mesmo o diretor Josh Trank se defendeu pelo Twitter, no dia da estreia oficial:

Um ano atrás eu tinha uma versão fantástica disso. E ela teria recebido ótimas críticas. Você provavelmente nunca o verá. Essa é a realidade.

O tweet já foi devidamente excluído, mas é reflexo das críticas pesadas ao filme, talvez eu esteja até sendo mais gentil que a média. Ao que todos os boatos indicam, a culpa é do estúdio, que pressionou e reeditou a história até chegar nesse filme de sci-fi razoável, ação ruim e que definitivamente não é um filme de super herói. Muito menos um bom filme do Quarteto Fantástico.

Vá assistir, mas ajuste a expectativa.


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