Lomyne's in tha house

Já não sou mais tão jovem para ter tantas certezas.

Revolta acadêmica, social e nada cultural

Eu me formei em publicidade, li uns 400 artigos sobre mídia (meios de comunicação de massa: televisão, rádio, revista, jornal, etc) enquanto estudava e mais outro tanto depois do diploma. Não sou uma alienada e posso dizer seguramente que quando se estuda a mídia você fica sabendo de tanta coisa que a sua noção de cultura fica abalada.

Cultura de massa, não é cultura. Não que eu tenha qualquer coisa contra a democratização da informação que nós temos – sim, porque se eu escrevo para a internet e você lê o que eu escrevo, você é parte de uma minoria (a julgar pelos meus acessos, uma minoria muito pequena…). Saber que Michelângelo pintou a Monalisa é informação que está perto de quase todo mundo, saber que a novela das 8 é escrita pela Glória Perez é cultura de massa.

Mas pior do que se atrever a mitificar uma mídia massificada é querer banalizar a cultura que se preza. Acho bacana querer criar um lugar para ‘aulas abertas’ sobre diversos temas filosóficos e creio que um lugar com bom nível cultural e um ambiente extremamente agradável tem um custo elevado, também acho que o nome “Casa do Saber” é bem apropriado.

Por outro lado, se a minha intenção ao criar um negócio desses fosse a de ser respeitável, eu não iria querer Narcisa Tamboridegui freqüentando meus salões, muito menos me sentiria à vontade por trazer as solteironas do bar da frente para a minha platéia e definitivamente eu perderia o pouco respeito que tenho pelo Paulo Henrique Amorim. Esse tipo de público não vale a pena… Sem contar que a linha esotérica e de auto-ajuda é quem acaba pagando a conta que permite a existência desse lugar. É como eu sempre digo, esse mundo está perdido mesmo…

Ficou curioso? Nietzche para madames é aqui.


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