Oi, meu nome é Paloma, eu sou viciada. Tudo começou há muitos anos atrás, logo que comecei a trabalhar em período integral. Foram meus colegas de trabalho que começaram a me incentivar. Eles me viam cansada, trabalhando nove horas por dia (ou mais) e eu ainda fazia faculdade à noite e ainda precisava arranjar tempo para estudar, fazer trabalhos e me divertir. Então eles ficaram com pena de mim. Eram um grupo de webdesigners, bem mais velhos do que eu e se compadeceram. Não explicaram muita coisa, só disseram toma, isso vai te ajudar.
Eu já fumava cigarros há alguns anos, sabia que essas soluções que as pessoas te dão meio escondido podem ser complicadas, podem viciar e tal. Mas eu precisava encontrar um jeito de ter tempo para tudo, eu precisava ficar ligada. Além disso, o cheiro era muito bom. E foi aí que eu comecei. Lembro como se fosse hoje, eu tinha dezoito anos, já podia fazer o que bem entendesse e eu tinha certeza de que poderia parar a hora que quisesse, não ia me viciar. E aquela sensação de calor dentro de mim era maravilhosa e me dava um ânimo, uma alegria e uma disposição incríveis. Quando passava o efeito, eu queria mais, mais, mais.
Isso foi há sete anos. Hoje eu não consigo me livrar deste vício, meus níveis de consumo andam impressionantes, estou a ponto de perder o controle e, na verdade, nem sei se eu quero parar. Os excessos têm causado a sensação de um soluço reprimido e me deixando praticamente a noite inteira em claro. O organismo está desregulado, procuro alternativas, mas não consigo evitar meu vício. Não quero nem consigo superar.
Meu nome é Paloma, eu sou viciada em cafeína. Uso constante: café preto, espresso, chá mate, coca-cola. Contagem de ontem: 1,7 litros de café coado. Horas dormidas: três. Contagem de hoje: 200ml de espresso, 600ml de café coado. Condição atual: com sono. Solução: preciso de mais café.
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