Então que nessa de voltar a escrever, no domingo mesmo, entre ler vários blogs, nesta época de vacas magras de post aqui, por alguma estranha razão aparecem leitores novos, vejam só como é a vida. Assim fui parar no Diario da Fafi. Num post sobre leitura – e sobre o trampo dela, pelo que entendi – ela citou Edmir Perroti: “leitura é questão de foro intimo e não de politicas públicas”. E aí comecei a comentar e começou a ficar muito grande, cortei ao mínimo e achei por bem fazer um post.
Eu sempre digo que não existe pessoa que não gosta de ler, existe pessoa que não leu algo de que goste. É o meu jeito sutil de entender a diferença. Porque eu entendo perfeitamente bem o cara que diz que não gosta de ler depois de encarar Machados de Assis, Graciliano Ramos, Jorge Amado como literatura básica de escola e quando pensou que tinha passado o inferno a mãe me vem com um livro do Paulo Coelho. Realmente, a pessoa tem que amar ler pra engolir tudo isso sorrindo.
Eu tenho o mau hábito de dar livros de presente às pessoas, para algumas é mais fácil de acertar do que para outras. E sempre que vou comprar, perco um tempão pensando o que fulano gosta de ler. Porque eu creio profundamente que alguma coisa vai, nem que seja gibi da Mônica no banheiro.
A questão não é sobre obrigar a ler, a questão é disponibilizar algo que possa chamar atenção. Monteiro Lobato para crianças, Pedro Bandeira para adolescentes, Paulo Coelho para adultos, Marian Keyes para mulherzinhas, todo mundo começa de algum lugar. Mas ora pombas, se os livros não estiverem lá, expostos, com a capa para a frente (não aquela lombada que não chama atenção de ninguém), ningué vai querer ver mesmo. Afinal, porque a mediocridade de auto-ajuda vende? Porque tem capas e títulos vistosos!
No final das contas, literatura não tem destaque simplesmente porque lhe falta a devida publicidade. E olha que qualquer publicitário que se preze é bom papa-letras…
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