Virou moda há alguns anos esse papo de multi. As empresas querem profissionais que desempenhem diversas funções – afinal porque contratar duas pessoas capacitadas para trabalhar com qualidade excepcional se você pode contratar uma pessoa que se vire bem em várias áreas e viva sobrecarregado? No meio acadêmico não é muito diferente: quer ver um professor feliz, é só mencionar o termo multidisciplinar. A questão é que para saber um pouco de cada coisa, abrimos mão de dominar certo assunto ou ferramente e várias profissões acabam descaracterizadas, principalmente as mais novas.
Junte um analista de sistemas com um desenvolvedor de software, mais um programador web e pergunte quantas vezes eles tiveram que arrumar o dvd e o relógio do microondas, só porque mexem com o computador. O mesmo acontece com os profissionais da minha área, ninguém faz a menor ideia qual é a diferença entre o profissional de marketing, o publicitário e o designer.
O cara do marketing tem suas limitações, não é um profissional de execução: não cria logomarca, comercial de tv nem faz banner em flash pra site. Ou pelo menos não deveria, não tem base pra isso. Publicitários também não tem que se meter a desenhar embalagem. E os designers não entendem de planejamento de marketing ou de redação publicitária. Goste ou não, designer é desenhista e fim de papo.
Aí me vem a revista técnica mencionar o quanto desgners são especialistas em criar experiências de consumo. Uau, peraí, ação de marketing agora é especialidade de designer? Planejamento e execução? Em uma frase, conseguiram desrespeitar especialistas em marketing, publicidade e relações públicas – deve ser algum tipo de recorde! Na prática, esse tipo de lógica só complica a vida dos profissionais. Talvez fosse melhor cada macaco no seu galho, ninguém brigaria por causa de banana…
p.s.: segunda matéria lida na abcDesign, segundo post. Até acabar de ler, acho que vou redigir um manifesto!
Deixe um comentário